Mosaico Materno (Para Carolina e Guilherme)

E para fechar com chave de ouro o meu dia, perco meu marido para outra...Carol resolve “casar” com o pai. Ele embarca na brincadeira. Aliás, todos embarcamos.  A cama é a carruagem. O Gui e eu, os cocheiros. O príncipe, o pai, e ela, claro, a noiva. Ela mexe em meu porta-joias e pega um anel. Pega uma caixinha e guarda o anel. Coloca uma tiara na cabeça e sapatos nos pezinhos. Manda o pai sentar na cama. Dá o anel pra ele. Diz que ele precisa dar alguma coisa para ela. Pega um coração de metal que era meu e fala que ele precisa dar a ela. Ele obedece. Em seguida, fala que precisam se casar. E o que é “casar” para ela? Dançar, claro. Pede para colocar uma música no celular e os dois dançam na sala. O Gui e eu entramos na brincadeira e dançamos a música da Bela e a Fera.  Acabou a brincadeira. E ver o olhar da Carol para o pai...não tem preço que pague. Não tem dificuldade que tire a alegria de viver. Louvado seja Deus pela família que me deu.  Agora acabou. Boa noite!

Desculpe, Papai... Carol e eu estávamos tomando banho quando ela fala que quer cortar o cabelo no ombro. Logo ela, que sempre quis o cabelo grande “igual da Rapunzel”, decide do nada, mudar o visual. Enquanto tomamos banho, pergunto porquê. Ela fala que quer. Simples assim. Falo para o pai, que não gosta nada da ideia. Ele acha que a influenciei porque semana passada, ela me viu cortar as pontas. Talvez sim. Mas mesmo assim, não havia falado nada. Confesso que na hora, bateu aquele medo de cortar. Perguntei se ela não iria querer o cabelo grande de novo. Disse que não. Decidida. Firme. Animada. Ok. Peguei a tesoura e cortei as pontas.  Ela olha no espelho, pega o cabelo e fala: _Mãe, mas ele ainda tá grande. Eu quero aqui, mostrando o ombro novamente.  Pego a tesoura novamente e desta vez, corto como ela pediu. O pai, olha de rabo-de-olho. Não gosta de cabelo curto.  Desculpe amor, mas se tem uma coisa que a Carol precisa aprender é a se amar do jeito que ela quiser....

Carol me relembrando algumas coisas... Guilherme estava enchendo a Carol (porque irmãos servem pra isto). Mas ela, que estava tentando brincar de boa, ficou muito irritada. Aí deitou na minha cama, colocou a mão na cabeça e disse: _Ai, este Guilherme é muito chato. Ele tá me irritando. Eu quero morar com o Papai do Céu pra ele parar de me irritar.  Na hora fiquei um pouco irritada e a repreendi. Disse que se ela fosse morar com o Papai do Céu, sentiria saudade da gente e nós sentiríamos dela. Depois, claro, ela se acalmou, voltou a brincar com ele e eu, claro, voltei na conversa, dizendo que embora eu goste muito do papai do Céu, quero que ela vá morar com Ele quando ficar bem velhinha.  Mas a Carol hoje expressou o que sentimos muitas vezes. Quando o calo aperta. Quando algo nos irrita. Quando as coisas não saem do jeito que a gente quer, a gente lembra que existe um Céu, e que lá não haverá frustração, tristeza, decepção... É...talvez o calo tenha que doer de vez em quando p...

Carol assistindo um pedaço da reportagem sobre os carvoeiros ilegais da Amazônia. Quando vê o cara cortando a árvores, lamenta: _Eu não gosto que o homem corte a árvore. É triste estes homens cortando. É feio, mãe. Neste momento, eu quase choro. 💔💔💔