Esta carta, meus filhos, escrevo a vocês baseada em uma música muito bonitinha do Palavra Cantada, que se chama "Menina Moleca". Sempre me identifiquei muito com ela, afinal, sempre brinquei de boneca e carrinho, sempre fui mamãe, mas também jogadora de futebol. Neste ponto, crianças, preparem-se: o menino sai perdendo.
Sim, queridos filhos. Ninguém provavelmente vai achar estranho se você, Carol, quiser jogar bola. O mundo "é das mulheres". Eu mesma sou um exemplo. Estudei, trabalho, dirijo, tenho minha vida social, enfim. As mulheres estão no poder. Podemos ser e fazer o que quisermos.
Mas você, Gui, se não tomar cuidado, poderá se sentir como os homens de nossa geração: um pouco perdidos com relação ao seu papel, e pode acabar reproduzindo a fala de muitos, ainda que façam o contrário.
Gui, não vou achar nem um pouco estranho se vir você com uma boneca ou limpando a casa de brincadeirinha. Vocé só estará reproduzindo o que seu pai e eu fazemos juntos. NÓS CUIDAMOS DA CASA E DE VOCÊS JUNTOS.
Sei que você terá como referência em coisas que geralmente mulheres não gostam de fazer. Andar de carro, dirigir, cuidar das finanças, consertar coisas da casa...mas o mundo é de todos nós. E podemos fazer o que quisermos. Não existe uma regra.
Assim, meus queridos...vou achar lindo se você, Gui, um dia quiser brincar de boneca com a Carol. Com certeza, no futuro, será um ótimo pai. E também vou amar brincar com vocês de jogar bola, empinar pipa e rodar peão.
Aproveitem! Brinquem! Cresçam sabendo que em Jesus, somos livres de esteriótipos machistas ou feministas. Amo vocês!