Mosaico Materno (Para Carolina e Guilherme)

Deitamos e o Elias apaga a luz. Assim que isto acontece o Gui grita: _Pai, você ora primeiro porque você dorme logo.

Tem dias que a Carol está mais sensível. Geralmente a menina nem olha pra trás quando a deixo na escola. Tenho que agarrá-la antes que ela veja uma amiga, senão, nem beijo ganho. Mas hoje não foi assim. Na hora de eu ir embora, ela começou a fazer aquele biquinho de choro e suspirar enquanto a primeira lágrima caia: _Quero mamãe. Conversei e esperei até a hora da professora chegar. Graças a Deus saí de lá sem que ela chorasse. Quando cheguei da escola, minha mãe disse que ela chorou na saída pedindo mamãe. Mas logo parou novamente, qua do viu a priminha em casa. E na hora de dormir, ela teve a brilhante ideia de ver as fotos das amiguinhas da antiga escola. Pra quê? Foi um chororô tremendo. Prometi a ela que ligarei para a mãe das amiguinhas para marcarmos um passeio. Mas o choro que mais doeu foi quando coloquei uma música de ninar, e ela começou a chorar. Depois de um tempo, ...

A melhor hora do meu dia, com toda a certeza do meu coração, é a hora que deito com as crianças, cada um de um lado, deitados em meus braços. E sempre depois da oração, é a hora que eles querem contar sobre seu dia. O que fizeram na escola, o que os deixaram irritados, o que os alegrou. Quem bagunçou, o que a professora fez, o que aprenderam, do que brincaram. Hoje foi um destes dias, que eles falaram muito. Conversamos cerca de meia hora. Que privilégio.